quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Banksy fala sobre Mr. Brainwash e seu filme

Finalmente terminei a facul e agora sobra um pouco mais de tempo pra postar porraqui.

Traduzi essa entrevista do Banksy falando sobre Thierry (Mr. Brainwash) seu filme e otras cossitas. A entrevista em sí não é muito boa, mas ta aí pra esclarecer algumas coisas, a entrevista foi feita pelo site americano All these wonderful things e eu mantive em primeira pessoa (não, eu não fui para L.A.)
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No mês passado, nós tivemos a oportunidade de passar algum tempo com o time por trás de EXIT o produtor Jaimie D'Cruz e o editor Chris King, hospedamos os dois aqui em Los Angeles no Cinefamily no começo do mês. Junto com eles, eu presenciei varias pessoas tentando descobrir o que Banksy pensa disso ou daquilo.
Eu tinha minhas próprias questões e Banksy e sua equipe foram gentis o suficiente para me responder (via email, claro...)

ATWT: Uma coisa que eu escutei repetidamente da sua equipe foi que no começo só você acreditava que Thierry poderia e deveria ser o foco narrativo do filme - muito antes da exposição em LA que conclui o filme. O que levou você à Thierry como um personagem do filme, e apesar do fato de ele ter um monte de material arquivado sobre arte de rua, porque você achou que ele poderia ser a narrativa do filme?

Banksy: Não era difícil de ver o potencial de entretenimento de Thierry, ele de fato bate a cara em portas e cai de escadas. Era como dar um rolê com Groucho Marx mas com uma barba mais engraçada. Thierry apareceu em um ponto onde meu mundo estava se tornando infestado de hipsters e ironia pesada, então sua exuberância inocência de homem-criança era engraçada no rolê. Talvez eu me convenci que Thierry era um tema interessante só porque eu gostei dele. Eu estaria mentindo se eu te dissesse que quando eu o conheci eu pensei " A vida desse cara vai dar um bom filme".
No começo há problemas com qualquer filme sobre graffiti porque todos bons artistas recusam mostrar o rosto na camera. Eu precisava que o filme fosse baseado em uma pessoa que a plateia gostasse. O produtor Robert Evans disse que "vulnerabilidade" é a qualidade mais importante em uma estrela de filme e isso é algo difícil de retratar se todos seus entrevistados possuem máscaras no rosto.

ATWT: Fica claro no filme que você confia em um time de pessoas para criar suas obras de arte. O que foi diferente no processo de filmagem e o trabalho que você fez com aquela equipe - Jaimie, Chris e outros? E como você soube quando encontrou os colaboradores certos?

Banksy: Eu faço minhas próprias pinturas, mas eu tenho bastante ajuda para construir e instalar coisas. Eu tenho um grande pequeno time, mas vou te falar, todos eles odiaram essa porra desse filme. Eles não ligam se produz efeito, eles sentem que Mr. Brainwash não merece toda essa atenção. A maioria dos artistas de rua também sentem isso. O filme me fez extremamente despopular na minha comunidade.

ATWT: Quando eu vi o filme, ele não me pareceu nada mais que um documentário verdadeiro. Talvez porque eu moro em LA e vi uns trampos do Brainwash por aqui e me lembro da sua grande exposição, mas também porque é claro que a cena no filme em que Thierry conhece Shepard Fairey (OBEY) é de pelo menos nove anos atrás (agora há um grande cinema no outro lado da rua na cena em questão). Ainda, particularmente quando o filme estava estreando, parecia haver essa tendência de suspeitas, talvez porque a imprensa queria te colocar como alguem que estava fazendo uma pegadinha, que o filme estava tentando nos pregar uma peça. Quanto dessas conversas você tem prestado atenção e o que você pensa sobre isso?

Banksy: Obviamente a história é bizarra, é por isso que eu fiz um filme sobre isso, mas eu ainda estou chocado pelo tanto de ceticismo. Eu acho que eu tenho que aceitar que as pessoas pensam que eu estou brisando. Mas eu não sou inteligente o suficiente para inventar o Mr. Brainwash, até a busca mais casual no google prova isso.
Geralmente eu não iria ligar se as pessoas acreditam em mim ou não, mas a força do filme vem de que é 100% verdade. Essa é a linha de frente, isso é assistir uma forma de arte queimar-se sozinha na sua frente. Falado pelas pessoas envolvidas. Em tempo real. Esse é um filme muito real sobre o que eu considero realidade.
Além disso, se o filme fosse uma pegadinha cuidadosamente planejada, você pode ter certeza que eu teria me dado falas melhores. Eu teria meticulosamente planejado minhas espontâneas aparições improvisadas. Eu gostei daquela frase de Jack Benny "Você não diria isso se meus escritores estivessem lá". Mas eu sempre pensei - os escritores falaram pra ele dizer isso?

ATWT: Uma das melhores ou piores experiências de qualquer documentarista é ver seu trabalho com uma platéia pela primeira vez. Você chegou a ver EXIT com platéia? e se sim, como foi a experiência?

BANKSY: Infelizmente eu não o vi com uma platéia. O mais perto que cheguei disso foi ir ao cinema para ver Precious. Eles passaram meu trailer e alguem umas duas cadeiras na frente gritou "Caralho, Banksy é um vendido". e eu me encolhi na minha cadeira.

ATWT: O que você acha que descobriu sobre documentários ao fazer esse filme e há alguma correlação com outros trabalhos artísticos seus? Você era um fã de documentário antes de fazer o filme? e se sim, quais são seus favoritos? algum deles influenciou o que você fez em EXIT?

BANKSY: Eu sou de uma geração que documentário não é um palavrão. Não tem que significar diversas cenas de pinguim com música clássica. Michael Moor e Morgan Spurlock parecem completamente punk para mim. E a coisa mais punk de tudo era que eles trouxeram suas histórias diluidas para o cinema.
Documentarios tem um papel importante em gravar a cultura que não é possível colocar dentro dos livros de história. DOGTOWN AND Z-BOYS foi a biblia da cultura skate. Tendo dito isso, meu filme nunca vai ser o filme oficial de street art. Ou ainda um filme oficial da história da comercialização da arte de rua. Nos percebemos na metade da edição que o final precisava ser o mais não resolvido possível. Eu aprendi da experiência que uma pintura não é finalizada quando você abaixa o pincel - isso é quando começa. A reação do público é o que dá significado e valor. A arte toma vida nos argumentos que você tem sobre isso, se nós fizemos nosso trabalho direito em EXIT, então a melhor parte de todo filme é a conversa no estacionamento depois de assisti-lo.

ATWT: Você acha que há alguns desafios especificos para você e seu time por serem anônimos? Isso facilita ou dificulta o processo?
BANKSY: Decidir com quem trabalhar é um meio termo entre a habilidade das pessoas e a habilidade deles em manter a boca calada, nós tivemos algumas cenas sensiveis de varios artistas em nossas mãos, ainda bem que agora foi tudo queimado.
Minha inabilidade de sair por aí enxendo o saco dos outros talvez machucou o filme em um certo nível, mas em outro nível, Eu sou um bebado volátil e isso provavelmente foi uma grande benção.

ATWT: Os criticos de toronto nomearam recentemente EXIT como a melhor primeira parte de 2010, o que traz a questão se haverá outro filme no futuro, outro documentário? Se sim, você vai seguir um tema ou você vai esperar algo cruzar seu caminho e acionar a ignição para criar um filme sobre isso?
BANKSY: A arte que eu faço é similar ao filme - minhas pinturas são essencialmente frames congelados de filmes que estão passando na minha cabeça. Eu acho que é muito claro que o filme é a forma de arte pre-eminente de nosso tempo. Se Michelangelo ou Leonardo DaVinci fossem vivos hoje, eles estariam fazendo Avatar, não pintando uma capela. Filme é incrivelmente democratico e acessível, é provavelmente a melhor opção se você de fato quer mudar o mundo, não só redecora-lo.

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banksy.co.uk
Ilovegraffiti.de

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

1ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art 2010

Ontem colei na abertura da 1ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art 2010, tirei poucas fotos porque estava muito cheio (3000 pessoas), paralelo vai rolar também debates e discussões, veja a programação completa no blog da bienal , sábado vou de novo depois coloco mais fotos.
sem palavras, só trampo responsa... as fotos vão falar por si só... tem o link para o site do artista em cima da foto.

Markone

CES (NY)

Dmote (Australia)

Can2 (Alemanha)


Belin (Espanha)

Vito - A firma

Does


????? (esse gato ao vivo ta fóda!!!)

Cern (NY)

Anjo

Mural externo

Mais fotos no facebook da Qaz Street Art

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Poolice

Personagem Evol, stencil Rhazeck

sexta-feira, 2 de julho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

Paul Alexander Thornton

Correria master na facul, porém eu seria um canalha se não compartilhasse este video também integrante da lista dos meus artistas preferidos...



paulalexanderthornton.com

terça-feira, 18 de maio de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Arte de ......... Rua?





é foda...

domingo, 11 de abril de 2010

Entrevista C215

Esse fim de semana no encontro com o Tinho, estavamos comentando sobre o trabalho do C215, e percebi que ainda não havia publicado nada sobre ele! C215, também é parte da lista dos meus artistas preferidos. Segue abaixo entrevista que C215 ou Chris deu para o site Artasty no começo deste ano. (traduzida por mim)
C215 é um código? porque este nome?
C215 corresponde ao meu nome, Chris, mas também pode ser um número de celular que eu poderia ter gastado muito tempo.

De onde você é? Qual seu passado?
Eu sou originalmente de Paris, eu estudei bastante, com duas graduações em história e em arte, e algumas linguas estrangeiras.. eu trabalhava com importação/exportação na área de decoração. Era um pouco demais para mim e eu decidi largar tudo quando minha filha Nina nasceu e me voltei para minha verdadeira paixão.

Como você definiria seu trabalho e o que inspira você?
Eu faço stencil em todos suportes e as ruas são o que eu prefiro. Meus artistas favoritos são os clássicos e nos modernos Pignon Ernest seria minha base. Depois houveram encontros e choques, Carricondo, Swoon e meu amigo Dan23 que eu me tenho pintado bastante nos últimos 2 anos.

Quais são as ferramentas essenciais que você usa para criar seus pieces?
Tudo que eu encontrar.
Eu não tenho nenhuma ferramenta definitiva, eu gosto de construir meu trabalho dependendo do contexto e isto também se aplica as ferramentas que eu uso.


Você vê uma diferença no modo como a arte de rua é percebida na França e no resto da Europa/Mundo?
Cada lugar, cada cidade e pais tem sua própria concepção. Na França "street-art" tem muito pouco crédito, especialmente pelas galerias contemporâneas, mesmo se um grupo de artistas franceses são alguns dos melhores artistas de rua do mundo. Space Invaders, Zevs, JR, L'Atlas e André, são extremamente proeficientes e criam trabalhos realmente originais. Eles expoem no mundo inteiro. Não é o caso de todos... alguns podem continuar tentando ser original para chegar no mesmo nível.

Como você escolhe suas imagens e aonde elas são colocadas nas ruas?
Minhas imagens são o resultado de encontros com modelos e fotografos. Todas significam alguma coisa, os mendigos, os refugiados, os orfãos. Pessoas quebradas, rejeitadas pela sociedade e o capitalismo. Eu coloquei estas imagens em qualquer lugar, nas ruas e em lugares desvalorizados, pixados e portas enferrujadas, com posters caindo, paredes quebradas ou queimadas e algumas lixeiras que eu particularmente gosto.

Você está em alguma crew, você trabalha com outros artistas?
Eu gerencio uma associação fundada por mais de 200 artistas por 2 anos, com um resultado coletivo satisfatório. Esta começando a virar passado e e agora eu me garanti o direito de algum tempo pessoal, tirando um dos meus parceiros mais próximos DAN23 e B do Awake Studio com quem eu vou repintar uma fábica inteira em Strasburgo em Junho. Vai ser algo interessante, para não ser perdido.

O que está para vim nos próximos meses? Shows etc...
Recentemente estive no Brasil em uma exposição chamada Nina Mon'Amour onde fiz retratos da minha filha na Plastik Gallery em São Paulo. Em Maio eu vou me juntar a uma mostra coletiva em Bristol, o tema vai ser "trabalhadores". Em junho eu vou participar de um festival de Stencil em Warsaw. Também em Junho, outro festival chamado graffiti cosmopolita no norte de Paris (Bagnolet), para promover o excelente livro Stencil History X (www.myspace.com/stencilhistoryx) Finalmente em Outubro eu vou estar em Melborne Austrália para um novo show solo. Janeiro vai ser Los Angeles na Charmichael Gallery.





myspace.com/c215
flickr.com/c215
Artasty.com

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Banksy - exit throught the gift shop

Saiu um trailer com 5 minutos do filme do banksy... espero que venho pro Brasil na Bienal.


Como bonus tbm... vou postar o novo vídeo que saiu "boom and bust"